"un pedacito del planeta que no pudieron no!"

Um cantinho do Brasil, orgulhosamente no Pampa Gaúcho, que quer fazer a diferença,
enxergando e discutindo problemas globais e discutindo e realizando soluções locais .

Quem somos


  Nossa área localiza-se dentro do Bioma Pampa, um Bioma que se estende pelo Brasil, Uruguai e Argentina, e carrega consigo características peculiares não só em sua fauna e flora, mas também um povo com costumes que se confundem com a paisagem. Diferencia-se bastante do resto do Brasil muito por sua diferença de clima com as estações do ano bem definidas.
            ‘No Brasil, o Bioma Pampa possui uma área de 178.243 Km² e está restrito ao Rio Grande do Sul, ocupando cerca de 63% do estado e 2% do Brasil. Este Bioma compreende um conjunto ambiental de diferentes solos recobertos, predominantemente, por vegetações campestres, sendo sistemático, mas marcado pela freqüência de frentes polares e temperaturas negativas no inverno. O mapeamento da cobertura vegetal identificou 49% da área do Bioma alterada por usos antrópicos, restando ainda 41% da vegetação nativa em diferentes estágios de conservação, além da área ocupada pelos corpos d’água, que correspondem a 10%. Dentre as áreas remanescentes de vegetação nativa os campos equivalem a 23% enquanto que a vegetação de transição entre campos e florestas ocupa 13% do território e as formações florestais 5%.
            Desde o litoral até a Campanha, o Bioma Pampa brasileiro apresenta paisagens distintas associadas com floras peculiares. Especialmente a metade sul do Rio Grande do Sul é a porção de maior diversificação topográfica e geológica da Região Sul do Brasil. Dentro da complexidade de ambientes encontrados no Estado, são descritas 11 regiões fisiográficas das quais sete (Litoral, Encosta do Sudeste, Serra do Sudeste, Depressão Central, Campanha, Missões e Planalto Médio) estão representadas no Bioma Pampa.’
            Localizamos-nos então na ‘região da Encosta do Sudeste, que abrange as encostas leste das Serras do Herval e dos Tapes, sendo uma área de transição entre o Litoral e a Serra Sudeste propriamente dita. A composição da flora mostra influência de espécies arbóreas típicas da Mata Atlântica, formando matas cuja extensão e diversidade diminui em direção ao Sul. Em função do relevo, que varia de ondulado a fortemente ondulado, e do histórico de colonização, com predominância da pequena propriedade rural, os ecossistemas e agroecossistemas se distribuem como uma colcha de retalhos, alternando matas, campos nativos e cultivos. Nas áreas baixas e menos inclinadas predominam campos com capões e matas de galeria e banhado, enquanto que nos vales e nas encostas suaves ou íngremes, que se tornam freqüentes em direção ao interior, predominam as florestas, onde os capões e matas de encosta de floresta estacional semidecidual (floresta caracterizada pela perda de 20 a 50% das folhas das árvores durante o outono e inverno) são as matas mais desenvolvidas no Bioma Pampa. ’ Do livro: Cores e formas no Bioma Pampa. Embrapa Clima Temperado,2009
            A nossa região fica ao extremo leste da Serra do Herval, que teve papel fundamental na colonização portuguesa por ser um caminho “seco” até a costa do Rio Jaguarão. Foi uma das rotas mais antigas no interior di Rio Grande do Sul, sendo Herval o vilarejo mais antigo da região que na época pertencia ao município de Rio Grande (fonte IBGE).
            Tem características de fauna que se modifica a poucas distâncias o que comprova a diversidade de formação do seu solo. Mesmo que hoje tenhamos bem documentado na literatura científica a presença de muitas espécies nativas com valor forrageiro e outras frentes de pesquisa reconhecem também seu potencial medicinal e farmacológico, temos muitas contradições quando lemos sobre a cultura deste povo. Suas diferentes regiões fisiográficas, formaram também diferentes culturas. A região da  Campanha, que é a maior parte do Bioma Pampa, historicamente ocupada por latifúndios que teve por muitos anos sua base econômica a pecuária extensiva, que vem a alguns anos abrindo espaço ao plantio monoculturas (como a soja transgênica, a silvicultura e mais recentemente o milho transgênico) que estão causando impactos ambientais imensuráveis visto que os estudos atuais indicam que ainda temos muito a conhecer da nossa fauna, flora, solos e águas.
            Culturalmente perdemos muito de nossas origens ao longo das últimas décadas, nossos costumes são manifestações que só fazem sentido, e tem continuidade, quando a população está no campo. A modernização dos processos produtivos, a implantação da “Revolução Verde” na década de 70 atingiu de forma violenta a cultura deste povo, os vários mecanismos criados para este novo sistema de produção inviabilizaram a permanência de muito pequenos produtores no campo, já que até então as famílias trabalhavam em mutirão para produção de seu alimento e algo que lhes garantissem alguma troca durante o ano.
            Visualizando nossa realidade, sabemos que não podemos simplesmente regressar ao passado, mas entendemos que conhecendo nosso passado podemos enxergar um futuro com muitas das práticas que em nome do desenvolvimento deixaram de ser exercidas. Desenvolvimento este, que sem planejamento adequado a realidade da nossa região promoveu a alteração de 49% da área do Bioma.
            Nossas práticas consistem no resgate da integração de pessoas e ecossistemas, re-estabelecendo a cultura pampeana.