"un pedacito del planeta que no pudieron no!"

Um cantinho do Brasil, orgulhosamente no Pampa Gaúcho, que quer fazer a diferença,
enxergando e discutindo problemas globais e discutindo e realizando soluções locais .

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O SUPER CONSUMO EUROPEU CONDUZ A DESTRUIÇÃO DA FLORESTA AMAZÔNICA

Amigos da Terra Brasil


O SUPER CONSUMO EUROPEU CONDUZ A DESTRUIÇÃO DA FLORESTA AMAZÔNICA
Bruxelas, 25 de janeiro de 2010 – o crescimento da demanda européia por carne, ração animal e agrocombustíveis está contribuindo para a destruição da Amazônia e do Cerrado, revela o novo relatório a ser lançado por Amigos da Terra Europa. O relatório surge num momento em que a bancada ruralista brasileira está fazendo lobby para alteração do código florestal federal. A fim de enfraquecer demandas futuras.
O relatório – Da floresta à mesa [1] – mostra que os dados mais recentes revelam que a União Européia:
- é o quarto maior importador de carne brasileira com mais de 250 mil toneladas de carne bovina importada em 2009.
- é um dos principais mercados para soja e farelo de soja brasileiro comprando cerca de um terço da colheita nacional.
- em 2009 foi o maior importador de etanol brasileiro, produzido com cana de açúcar, corresponde a 26,5% das exportações brasileiras.
A soja, principalmente para ração animal, biodiesel e a pecuária, tem sido historicamente o principal condutor do desmatamento no Brasil. Contudo, o relatório mostra que a expansão da cana de açúcar, principalmente para produção de agrocombustíveis, está deslocando a soja e o gado para as fronteiras da floresta.
Apesar das recentes quedas das taxas de desmatamento na Amazônia, para 6450 km² ainda são derrubados todos os anos – o equivalente a 2475 quadras de futebol por dia. [2] O Cerrado tem índices ainda piores, com 20000 km² destruídos anualmente – o tamanho da Eslovênia – o equivalente a 7674 quadras de futebol por dia. [3]
The research highlights that the production of the three commodities is expected to grow – soy production by 5 million hectares by 2020, cattle ranching and sugar cane production by 25% over the same period – placing additional pressure on forests, ecosystems and livelihoods in Brazil.
A pesquisa ressalta que é esperado o aumento da produção das três commodities – 5 milhões de hectares de soja até 2020, a pecuária e a cana de açúcar deve crescer 25% no mesmo período – colocando uma pressão adicional nas florestas, nos ecossistemas e nos meios de subsistência no Brasil.
Adrian Bebb, da campanha sobre alimentação e agricultura de Amigos da Terra Europa afirmou:
“O super consumo europeu de carne, ração e agrocombustíveis está levando à contínua destruição da floresta Amazônica e o Cerrado brasileiro. Enquanto a população européia pode reduzir os níveis de consumo de carne, os governos precisam urgentemente ajudar os agricultores a reduzir o uso de soja para ração animal e eliminar os planos de expansão do uso de agrocombustíveis. A continuada destruição no Brasil terá sérias conseqüências para o clima, para a biodiversidade e para a vida de milhares de pessoas.”

A atual legislação florestal brasileira está sob ameaça do agronegócio interessando em expandir sua fronteira agrícola derrubando florestas e savanas. As mudanças propostas a serem votadas em breve no Congresso Nacional Brasileiro podem levar a uma massiva redução na proteção de áreas de floresta nativa (70 milhões de hectares poderiam perder o status legal de proteção). Vários estudos apontam que essa mudança poderia levar à liberação de 25 milhões de toneladas de CO2 eq. na atmosfera [4].
Clarissa Trois Abreu dos Amigos da Terra Brasil diz: “Apoiado pela alta demanda no exterior, o agronegócio tem feito um lobby agressivo para transformar áreas de floresta em plantações e produção. Qualquer enfraquecimento no código florestal levará a uma redução massiva das florestas protegidas. Plantações não substituem o benefício que as florestas fornecem para o clima e para a vida selvagem, ao mesmo tempo, que representam uma ameaça à subsistência de pequenas comunidades rurais.
NOTAS
1. For Forest to Fork – How cattle, soy and sugar are destroying Brazil’s forests and damaging the climate.
4. Technical Report – Potential impact of Brazilian Forest Code changes to the national goal of GHG reduction emissions (in Portuguese): http://www.oc.org.br/cms/arquivos/relatorio_cfb_final.pdf  
Contato no Brasil: imprensa@natbrasil.org.br

Amigos da Terra Brasil >> BeLo MoNtE – anti-democrática e ao arrepio da lei

Protesto denuncia irregularidades em Belo Monte

Na noite do dia 27/01, uma coalizão de organizações e grupos populares e ambientais protestaram diante de um evento em Porto Alegre que contou com a participação da presidenta Dilma Rousseff. O motivo do protesto foi o início iminente das obras de construção da hidrelétrica deBelo Monte, no Pará, após a concessão, pelo IBAMA, de uma “licença parcial” para o projeto.Camila Moreno, do NatBr, entrega documento para a Ministra de DDHH,
Maria do Rosário
, no brete de entrada do evento.
Os participantes da ação, distribuindo um panfleto contendo a notaproduzida por movimentos sociais e comunidades de Altamira e daVolta Grande do Xingu, chamaram a atenção para o impacto sócio-ambiental, bem como as diversas irregularidades e aspectos questionáveis que cercam o projeto.
A obra expulsará as comunidades locais, transformará radicalmente o ecossistema da região, e abrirá uma frente de destruição na Amazônia que servirá, nos próximos anos, para a construção de novas hidrelétricas, projetos de mineração e até mesmo uma fábrica de alumínio chinesa. “O argumento de que a construção é necessária para dar conta do aumento de consumo não se sustenta”, os manifestantes explicavam a um grupo de pessoas que aguardava a chegada da presidenta. “A maior parte da energia produzida é destinada a mega-projetos extrativistas na própria região. Além disso, o rio não tem vazão suficiente para fornecer a energia anunciada – o que, daqui a alguns anos, será usado como desculpa para a construção de novas hidrelétricas”.
Dilma e Tarso fizeram a curva e entraram pela lateral.
Todo o encaminhamento do projeto tem se dado de maneira anti-democrática e ao arrepio da lei, apesar da constante mobilização contrária da população local e das frequentes manifestações doMinistério Público Federal sobre as irregularidades. O mais novo capítulo nessa historia é a concessão de uma “licença parcial”, figurainexistente na legislação ambiental brasileira, que visa justamente criar uma situação de “fato consumado” para adiantar o início das obras. Além disso, as entidades da região denunciam que as “consultas à população” que o governo diz ter feito foram marcadas por uma forte oposição das comunidades locais, que foi ignorada: “travestem nossos protestos em ‘diálogo’ para legitimar uma aberração engendrada para retribuir favores a financiadores de campanha”, diz a nota assinada por associações de Jurunas, Araras e Tembés, entre outros.

“Protestar contra Belo Monte não é ‘fazer o jogo da direita’, como podem dizer alguns”, disse um manifestante. “Participamos ativamente da construção de um Brasil igualitário e para tod@s, que é o projeto que a presidenta Dilma diz representar. Mas acreditamos que isso passa por uma transformação do modelo de desenvolvimento, que não se baseie em mega-projetos de construção e extração de recursos que dão lucros astronômicos às empreiteiras e grandes empresas, enquanto destroem as condições de vida de comunidades locais e deixam para tod@s um imenso prejuízo ambiental.”
Gerlado Magela da Trindade, Secretario-adjunto da Secretaria Nacional de Estudos e Pesquisas Político-Institucionais, em pleno “veja-bem” com as manifestantes.
O evento de que participou a presidenta era alusivo ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Manifesto distribuido a presidenta Dilma e Maria do Rosario

Malásia fez liberação secreta de mosquitos transgênicos



Teste de campo já havia ocorrido apesar de declaração oficial informando adiamento

Em 14 de janeiro divulgamos a notícia de que o governo da Malásia havia decidido adiar a autorização para testes de campo envolvendo a liberação de mosquitos transgênicos no meio ambiente. A notícia havia sido repercutida por importantes veículos de comunicação de diversos países.
 
A técnica consiste em liberar no meio ambiente milhares de machos transgênicos da espécie Aedes aegypti, que na teoria irão cruzar com fêmeas que carregam o vírus da dengue e gerar descendentes estéreis, que morrerão antes de chegar à fase adulta. É um tipo de mosquito terminator, e seus proponentes alegam que com sua continuada introdução no meio ambiente será possível reduzir a população dos mosquitos e com isso baixar a incidência da doença. Existem, entretanto, diversos questionamentos científicos em relação à segurança do novo método e a proposta tem sido alvo de duras críticas em todo o mundo.
 
A notícia do adiamento dos testes na Malásia há poucas semanas foi interpretada como uma vitória de um grupo de organizações da sociedade civil que tem alertado sobre os riscos do experimento. Este grupo havia protocolado junto ao governo, em 21 de dezembro de 2010, um documento pedindo que nenhuma liberação de mosquitos transgênicos ocorresse sem que houvesse transparência na avaliação dos impactos para o meio ambiente e para as pessoas, o que incluiria a realização de consultas públicas e a obtenção do consentimento prévio da população local.
 
Para a surpresa geral, entretanto, nesta quarta-feira (25/01) o Instituto de Pesquisa Médica (IMR, na sigla em inglês), órgão vinculado ao Ministério da Saúde da Malásia, divulgou um comunicado informando que liberou no mês passado 6 mil mosquitos transgênicos em uma floresta perto de Bentong, para testar seu alcance de vôo e habilidade de sobrevivência no meio ambiente. Segundo o comunicado, a liberação ocorreu em 21 de dezembro e o experimento foi concluído em 05 de janeiro. A área foi então pulverizada com inseticida e, segundo o IMR, será monitorada por até dois meses.
 
Organizações da Malásia e de outros países mostraram-se chocadas com a informação e repudiaram a postura pouco transparente do IMR.
 
“Estou surpresa que eles tenham feito isso sem antes informar a sociedade, dado o alto nível das preocupações levantadas não apenas pelas ONGs, mas também por cientistas e pela população local”, declarou à AFP Lim Li Ching, da ONG Third World Network. “Não concordamos com este experimento que foi conduzido com tamanha falta de transparência. Há muitas dúvidas e não foram feitas pesquisas suficientes para avaliar as suas consequências”.
 
Em outro comunicado, duas associações de consumidores da Malásia, a Consumers Association of Penang (CAP) e a Sahabat Alam Malaysia (SAM) também se declararam chocadas: “(...) [A liberação dos mosquitos] ocorreu apesar das declarações de autoridades do Departamento de Biossegurança em janeiro de 2011 dizendo que os experimentos haviam sido adiados. Lamentamos a falta de transparência no tratamento da questão, em particular a forma com que o IMR divulgou seu comunicado, mais de um mês depois do início do experimento. Considerando que a liberação de mosquitos transgênicos no meio ambiente atraiu tantas críticas, condenamos a maneira aparentemente secreta com que os testes foram conduzidos. Tal comportamento não alivia de maneira nenhuma os medos e preocupações da sociedade (...)”.
 
Porém, talvez ainda mais lamentável do que o fato de o IMR ter iniciado o experimento secretamente e informado o público somente a posteriori, é a reação às críticas que está recebendo agora. Segundo reportagem publicada pelo Free Malaysia Today, um funcionário do alto escalão do Ministério do Meio Ambiente da Malásia declarou que “as autoridades não estão preocupadas com o clamor público”: “A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Biossegurança, não importa se o público gosta disse ou não”, teria dito o funcionário, pedindo anonimato.
 
O mais interessante é que, apesar de recorrentemente comportarem-se desta maneira, com soberba, falta de transparência e, em grande parte dos casos, absoluta falta de rigor científico, órgãos encarregados por avaliar a biossegurança de organismos transgênicos querem que acreditemos em sua seriedade e responsabilidade, que fiquemos tranquilos (e passivos), pois eles “sabem o que fazem”. Simples, não?
 
Com informações de:
 
Free Malaysia Today, 26/01/2011.
The Sun Daily, 27/01/2011.
AFP, 26/01/2011.

Présidence française du G8 et du G20 : les mouvements sociaux et citoyens se mobilisent>>Presidência francesa do G8 e G20: movimentos sociais e cidadãos estão se mobilizando

Présidence française du G8 et du G20 : les mouvements sociaux et citoyens se mobilisent
Les peuples, pas la finance. Yes we Cannes !
Communiqué de presse, mercredi 26 janvier 2011.
Associations de solidarité internationale, organisations citoyennes, syndicats, réseaux français et internationaux appellent à partir d'aujourd'hui à la mobilisation citoyenne à l'occasion du G8 et du G20 présidés par la France.
Le Président Nicolas Sarkozy a donné lundi 24 janvier le coup d'envoi du « G20-G8 France 2011 » lors d'une conférence de presse à l'Elysée. Les 26 et 27 mai, le sommet du G8 se réunira à Deauville ; les 3 et 4 novembre à Cannes celui du G20. Mais les sommets passent, et les crises économique, financière, écologique et sociale persistent. Les derniers G8 et G20 (à Muskoka et à Séoul) n’ont apporté aucune réponse durable à ces crises.
Les priorités annoncées pour la présidence française des G20 et G8 confirment qu’à l’inverse, ce sont les acteurs et les mécanismes à l’origine de ces crises qui verront leur légitimité renforcée. Car si l’ordre du jour annoncé semble reprendre à son compte certaines propositions portées par les organisations de la société civile et les mouvements sociaux, ces promesses risquent fort de ne pas être suivies des mesures qui pourraient constituer des réponses efficaces face aux crises que les peuples et la planète sont les premiers à payer.
Nos organisations, réunies dans la « coalition G8/G20-2011 », appellent à partir d'aujourd'hui à des mobilisations fortes à l’occasion de la tenue en France des sommets du G8 et du G20, et à un large rassemblement des mouvements, réseaux et organisations. Les réponses solidaires et démocratiques à la crise mondiale ne viendront pas des seuls dirigeants des pays les plus riches, mais des peuples eux-mêmes et d’un « G192 » représentant tous les États de la planète. Nous refusons de laisser aux puissants le droit d’imposer leurs solutions à des crises qu’ils ont engendrées. Nous voulons montrer que des voies alternatives existent, pour l’accès de tous aux droits humains fondamentaux, pour un partage plus juste des richesses, pour des modes de production et consommation qui préservent la planète et pour une démocratisation des instances de décisions internationales.
La coalition participera au Forum social mondial de Dakar du 6 au 11 février et appellera les mouvements sociaux et citoyens du monde entier à rejoindre les mobilisations qui se dérouleront en France à Deauville puis à Cannes, mais également tout au long de l'année. Des réunions internationales de préparation sont d'ores et déjà prévues fin mars et fin mai à Paris.
Contacts presse Coalition G8/G20 2011 :
Jeanne Planche (CRID) : j.planche@crid.asso.fr // 01 44 72 89 66
Amélie Canonne (ATTAC) : amelie.canonne@attac.org // 01 56 06 43 61 // 06 24 40 07 06

Premiers signataires de l'appel : « Les peuples pas la finance. Yes we cannes ! »

 

France

Avec le soutien de :


Agora no  google traductor: 

Presidência francesa do G8 e G20: movimentos sociais e cidadãos estão se mobilizando 
O povo não, financiamento. Yes we Cannes! 
Press Release, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011. 
associações de solidariedade internacional, as organizações cívicas, sindicatos e redes internacionais franceses chamam a partir de hoje à mobilização dos cidadãos no G8 e do G20, presidido pela França. 
O presidente Nicolas Sarkozy segunda-feira, 24 de janeiro deu o pontapé inicial do "G20-G8-França 2011" em uma conferência de imprensa no Palácio do Eliseu. 26 e 27 de maio, o G8 se reunirão em Deauville, 3 e 4 de novembro em Cannes que da cimeira do G20. Mas as cúpulas vão, e as crises econômicas, financeiras, ecológicas e sociais persistem. Última reunião do G8 e do G20 (em Muskoka e Seul) ofereceram nenhuma solução duradoura para essas crises. 
prioridades definidas pela presidência francesa do G8 e do G20 confirmam que, inversamente, quais são os atores e os mecanismos por trás destas crises vai ter a sua legitimidade reforçada. Porque, se a agenda aparece anunciou assumir algumas propostas feitas por organizações da sociedade civil e movimentos sociais, essas promessas não são susceptíveis de ser seguida por ações que possam constituir uma resposta eficaz às crises que pessoas e do planeta são os primeiros a pagar. 
Nossas organizações, reunidos na coalizão chamada "G8/G20-2011 a partir de hoje a fortes protestos para marcar o lugar em França para o G8 e G20, e uma vasta coleção de movimentos, redes e organizações. Unidos com as respostas democrática para a crise global não virão apenas os líderes dos países mais ricos, mas as próprias pessoas e um "G192", representando todos os estados do mundo. Nós nos recusamos a deixar o poderoso direito de impor suas soluções para as crises que eles criaram. Queremos mostrar que existem caminhos alternativos para o acesso de todos aos direitos humanos básicos, para uma repartição mais justa da riqueza, para a produção e consumo sustentáveis que preservar o planeta e para a democratização da tomada de decisões internacionais corpos. 
A coligação vai participar do Fórum Social Mundial em Dakar 6-11 de Fevereiro e vai chamar os movimentos sociais e cidadãos em todos os lugares para se juntar aos protestos que se realizará em Deauville, em França e em Cannes, mas também durante todo o ano. Preparação de reuniões internacionais já estão programadas para o final de março e final de maio em Paris. 
Imprensa da Coligação Contatos G8/G20 2011: 
Jeanne Planche (CSIR): crid.asso.fr j.planche @ / / 01 44 72 89 66
Amelia Canon (ATTAC): attac.org amelie.canonne @ / / 01 56 06 43 61 / / 06 24 40 07 06 

Primeiros signatários do apelo: "As pessoas não financiamento.Yes we Cannes! " 

França 
AITEC 
Attac France 
CCFD - Solidariedade Terra - 
CEDETIM 
Confederação Camponesa 
CSIR 
Emaús Internacional 
França na América Latina 
FSU 
IPAM 
CGT 
Cimade 
O Movimento Paz 
Amigos da Terra França 
Liga dos Direitos Humanos 
Oxfam França 
Solidariedade dos Povos 
História 
África Fé e Justiça Europa-rede 
Ritimo 
Sobrevivência 
Transform! 
Comércio de Solidariedade da União 
Vamos! 
Visão Mundial 
Com o apoio de: 
Esquerda Unida 
O Partido da Esquerda 
A Alternativa 
Jovens Verdes 
NPA 
PCF 

A função social do puxa-saco


Japão vive de inteligência e investe em não-transgênicos

Japan Today, 13/01/2011.
A Federação Nacional das Associações Cooperativas Agrícolas do Japão, conhecida como JA Zen-Noh, firmou um contrato de cinco anos com a Pioneer Hi-Bred, divisão de sementes da estadunidense DuPont [segunda maior empresa do ramo das sementes e sexta maior em agrotóxicos] para assegurar o suprimento de milho não transgênico. Segundo o contrato, a Federação encarrega a Pioneer de desenvolver sementes de milho não transgênico e de fornecê-las a agricultores estadunidenses, na expectativa de depois poder importar milho convencional para ração animal.
Ultimamente tem sido difícil nos EUA assegurar o fornecimento de sementes convencionais aos agricultores. Há, por outro lado, uma grande resistência aos transgênicos no Japão, que depende das importações de milho dos EUA e de outros países para a fabricação da maior parte da ração animal que consome. Das 650 mil toneladas de milho para ração que a Pioneer negocia com o Japão anualmente, a JA Zen-Noh planeja assegurar o fornecimento de 500 mil toneladas com milho não transgênico.

Venenos agrícolas matam!!!!!!!!!!!


Em entrevista à IHU On-Line, o pesquisador e engenheiro agrônomo Julio Cesar Rech Anhaia,  destaca a importância de se abrir o debate sobre o uso dos transgênicos e agrotóxicos. “Não temos controle sobre o uso dos transgênicos. Quem tem o controle são as multinacionais que hoje estão posando de ‘donas’ das sementes”, afirma.
Julio Cesar Rech Anhaia é engenheiro agrônomo. Trabalha na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Alegrete, no Rio Grande do Sul, e é tutor do curso de Agricultura no Instituto Federal Farroupilha.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Quais são os principais venenos agrícolas utilizados no Rio Grande do Sul, atualmente?
Julio Cesar Rech Anhaia – O que é mais usado é o herbicida. Depois vêm os inseticidas e os fungicidas, nesta ordem de utilização.
IHU On-Line – Quais são os mais problemáticos?
Julio Cesar Rech Anhaia – Lamentavelmente, o que está faltando é responsabilidade dos próprios colegas. Não podemos generalizar, mas uma boa parte do pessoal que trabalha nessa atividade, de técnicos de nível médio a profissionais de nível superior, não tem dado a devida atenção ao fato de que muito veneno está sendo utilizado. Eles não observam as normas técnicas, a umidade, a temperatura, o vento. Nos campos sulinos ou no bioma pampa nós temos quase que semanalmente denúncias sobre o uso abusivo de agrotóxicos que causam inúmeros acidentes. E esses acidentes ocorrem principalmente com os herbicidas e acabam dizimando as plantações de frutíferas.
O nosso pequeno produtor acaba sendo desestimulado em função dessas perdas, o que acaba causando um problema que influencia até no aumento do êxodo rural. Desde as crianças e os jovens até os educadores e os formadores de opinião, todos devem fazer uma reflexão sobre a maneira como nós estamos tratando a nossa qualidade de vida e a biodiversidade. A situação é muito preocupante. Se você procurar informação sobre os atendimentos do pronto-socorro aqui na região, não conseguirá obter dado algum, porque não há um interesse em notificar acidentes em decorrência do uso de agrotóxicos e, por consequência, que se tome uma atitude em relação a isso. E não é só a cidade de Alegrete, onde vivo, que está passando por esse tipo de problema. Cidades como Uruguaiana, São Borja, Barra do Guaraí, Itaqui e Maçambará também estão sofrendo com problemas causados pelo uso de agrotóxicos de forma intensa.
IHU On-Line – Quase 100% do milho colhido no RS neste ano é transgênico. O que isso significa para a agricultura do estado?
Julio Cesar Rech Anhaia – É um risco terrível. Canguçu, por exemplo, é o berço da agricultura familiar, inclusive lá existem trabalhos fortes no sentido de se produzir produtos que venham da pequena atividade agrícola. Mas já está passando por problemas em decorrência do uso de sementes geneticamente modificadas. Não temos controle sobre o uso dos transgênicos. Quem tem o controle são as multinacionais que hoje estão posando de “donas” das sementes. Com isso, nosso pequeno produtor vai ficar a mercê disso aí, porque as nossas sementes nativas propriamente ditas acabam sendo contaminadas e, por conseguinte, deixam de ser nativas.
IHU On-Line – Num artigo, o senhor diz que a difusão do uso de venenos agrícolas, para o controle de pragas e plantas invasoras na agricultura brasileira, foi favorecida pelo sistema de crédito rural. O sistema de crédito precisa mudar para que possamos mudar a cultura do uso dos venenos nas plantações?
Julio Cesar Rech Anhaia – Com certeza. As instituições financeiras estão cobrando questões e documentações extras do responsável técnico para que o crédito rural possa ser dado, embora nós tenhamos construído um manual de crédito rural. Há bem pouco tempo, no pacote do crédito rural era exigido, embora o nosso produtor não precisasse utilizar venenos, que obrigatoriamente os venenos precisavam ser comprados para que fosse usar ou não na sua atividade. Isso tem que ser mudado, tem ser discutido, realmente com os produtores, as entidades, as cooperativas porque, muitas vezes, essas normas regulamentadoras acabam vindo de cima para baixo e o pequeno produtor fica sendo o mais prejudicado. O crédito, inclusive, muitas vezes é negado porque o produtor não quer se submeter a esse tipo de condição que é exigido.
IHU On-Line – Quais as consequências para ambientes como o aquífero Guarani em função do uso de venenos agrícolas hoje no RS?
Julio Cesar Rech Anhaia – Alegrete fica localizada em cima do aquífero Guarani e do aquífero Botucatu. Essa é denominada uma zona de recarga. E nessa área nós temos monocultura do arroz que usa muito veneno. Além disso, nós temos a monocultura do eucalipto que já está causando um desequilíbrio ambiental muito grande. É necessário que voltem a ocorrer pesquisas que meçam a influência do uso dos agrotóxicos nesses aquíferos.
Já percebemos, através de pesquisa, que a Bacia Hidrográfica do rio Santa Maria assim como a do rio Uruguai, em função do uso intenso de veneno nas lavouras e a destinação inadequada das embalagens de agrotóxicos que são jogadas na beirada de recursos hídricos, acabam gerando intoxicações e degradação de toda a nossa biodiversidade. Sabemos que a luta contra as transnacionais é terrível e, muitas vezes, desigual, mas não podemos cruzar os braços. Nós seguimos lutando através da educação, da conscientização, da percepção das pessoas e alertando que estamos acabando com a vida quando utilizamos venenos nas plantações. A questão do agrotóxico ela deve continuar sendo debatida, para que nós tenhamos uma reversão. As consequências estão ai.
Fonte: Instituto Humanitas, Unisinos