Brasília, 21 de setembro – No Dia Internacional Contra o Monocultivo de Árvores, a Via Campesina e a Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais entregaram uma carta a representantes do Banco Mundial afirmando que é inconcebível que o Banco Mundial assuma que plantações de árvores são florestas e também que o projeto Plantar não pode ser considerado exemplar, sob nenhuma perspectiva. Esta intervenção aconteceu porque em uma consulta dessa instituição financeira com a sociedade civil, realizada no dia 25 de agosto, em Brasília, Pablo Fajnzylber, representante do Banco afirmou, dentre outras coisas, que “a sociedade brasileira hoje em dia já aceita que as plantações de árvores são florestas”.
Segundo Rosângela Piovezani, do Movimentos das Mulheres Camponesas (MMC), isto não é verdade. “Nós somos totalmente contrários ao projeto Plantar e outros financiados pelo Banco Mundial que se expandem e destroem comunidades, causando êxodo rural, diminuição de espécies da fauna e da flora e que se opõem frontalmente com o cuidado pela terra, característico da agricultura familiar”, afirmou ela na reunião.
Projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), o Plantar ocupa uma área de 23.100 hectares de monocultura industrial de eucalipto em Minas Gerais e causa severos impactos socioambientais, econômicos e culturais, como o aumento da especulação fundiária, a paralisação da reforma agrária, o aumento do desemprego no campo, a redução da produção de alimentos e da disponilbilidade de água, além do estímulo ao desmatamento. Por estes e outros motivos, há quase dez anos a sociedade civil brasileira e internacional têm denunciado o projeto Plantar como um modelo de desenvolvimento desumano que agrava a crise climática.
“Existe uma campanha internacional chamada ‘Banco Mundial Fora do Clima’. O fato de financiar projetos que pioram as condições climáticas do planeta, como este da Plantar, é um dos motivos de existência desta campanha. Se o Banco não muda os seus financiamentos, a tendência é que o enfrentamento a eles aumente”, declara Gabriel Strautman, da Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais.
O gerente do Banco Mundial para o projeto Plantar, Garo Batmanian, afirmou na reunião que o Banco não considera que plantações de árvores sejam florestas e que esta foi uma fala infeliz do representante da instituição. Em relação ao fato de o Plantar ser considerado um projeto modelo, ele afirma que “trata-se de uma possível alternativa para diminuir o impacto do carvão vegetal que vem sendo produzido ilegalmente”. No que as organizações presentes responderam prontamente que, por todos os impactos que causa, trata-se de uma falsa solução.
Estiveram presentes na reunião representantes do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais, além do Banco Mundial. A carta também foi enviada aos ministérios de Meio Ambiente e de Relações Exteriores, à Secretaria de Direitos Humanos, ao Grupo Plantar e às comissões de Meio Ambiente e Relações Exteriores da Câmara e do Senado.
*Os Amigos da Terra Brasil fazem parte da coordenação da Rede Brasil
Patrícia Bonilha – Rede Brasil sobre IFIs: (61) 8138-7739
Segundo Rosângela Piovezani, do Movimentos das Mulheres Camponesas (MMC), isto não é verdade. “Nós somos totalmente contrários ao projeto Plantar e outros financiados pelo Banco Mundial que se expandem e destroem comunidades, causando êxodo rural, diminuição de espécies da fauna e da flora e que se opõem frontalmente com o cuidado pela terra, característico da agricultura familiar”, afirmou ela na reunião.
Projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), o Plantar ocupa uma área de 23.100 hectares de monocultura industrial de eucalipto em Minas Gerais e causa severos impactos socioambientais, econômicos e culturais, como o aumento da especulação fundiária, a paralisação da reforma agrária, o aumento do desemprego no campo, a redução da produção de alimentos e da disponilbilidade de água, além do estímulo ao desmatamento. Por estes e outros motivos, há quase dez anos a sociedade civil brasileira e internacional têm denunciado o projeto Plantar como um modelo de desenvolvimento desumano que agrava a crise climática.
“Existe uma campanha internacional chamada ‘Banco Mundial Fora do Clima’. O fato de financiar projetos que pioram as condições climáticas do planeta, como este da Plantar, é um dos motivos de existência desta campanha. Se o Banco não muda os seus financiamentos, a tendência é que o enfrentamento a eles aumente”, declara Gabriel Strautman, da Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais.
O gerente do Banco Mundial para o projeto Plantar, Garo Batmanian, afirmou na reunião que o Banco não considera que plantações de árvores sejam florestas e que esta foi uma fala infeliz do representante da instituição. Em relação ao fato de o Plantar ser considerado um projeto modelo, ele afirma que “trata-se de uma possível alternativa para diminuir o impacto do carvão vegetal que vem sendo produzido ilegalmente”. No que as organizações presentes responderam prontamente que, por todos os impactos que causa, trata-se de uma falsa solução.
Estiveram presentes na reunião representantes do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais, além do Banco Mundial. A carta também foi enviada aos ministérios de Meio Ambiente e de Relações Exteriores, à Secretaria de Direitos Humanos, ao Grupo Plantar e às comissões de Meio Ambiente e Relações Exteriores da Câmara e do Senado.
*Os Amigos da Terra Brasil fazem parte da coordenação da Rede Brasil
Mais informações:
Mayrá Lima – Via Campesina: (61) 9684-6534Patrícia Bonilha – Rede Brasil sobre IFIs: (61) 8138-7739
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