NEGOCIações DE CLIMA: GRANDE PREOCUPAção SOBRE A AGENDA DOS PAISES DESENVOLVIDOS
DURBAN, AFRICA DO SUL, 28 Novembro 2011 – Amigos da Terra Internacional tem expressado grande preocupação sobre a agenda dos Estados Unidos e outros países chamados desenvolvidos nas negociações sobre mudanças climáticas da ONU, que acontecem em Durban de 28 de novembro a 9 de dezembro.
A Federação global de organizações ambientalistas de base está chamando aos demais governos a fazerem com que estes países parem de minar a via legal acordada globalmente para a redução de emissões de gases de efeito estufa e a assegurarem metas efetivas e legalmente vinculantes de corte de emissões em linha com a ciência e a equidade.
A questão de maior divisão nas negociações é a segunda fase do Protocolo de Quioto. Enquanto as metas de redução de emissões na fase atual são extremamente fracas e cheias de escapes perigosos como a falsa solução dos mercados de carbono, o Protocolo em si consiste no único sistema legal para acomodar metas legalmente vinculantes para os países desenvolvidos reduzirem suas emissões.[1]
Alem de não agirem para aumentar e fortalecer as metas de redução de emissões e para cortar a falhas e mecanismos de compensação para dar lugar a ações reais sobre as emissões, Estados Unidos, Japão, Canadá e outros países desenvolvidos – aqueles historicamente responsáveis pelas emissões que estão mudando o clima – estão pressionando para acabar com a arquitetura legalmente vinculante acordada para a redução de emissões dos países desenvolvidos e substituí-la por um sistema de promessas voluntárias.
Isso coloca o mundo na esteira do aquecimento global catastrófico. Estes países industrializados estão escondendo sua agenda de morte em demandas por um outro mandato, para um acordo totalmente novo e vazio, e que entraria em efeito somente em 2020 [2].
“Durban poderá ser o lugar onde o maior crime contra a humanidade será cometido. Os interesses cegos e gananciosos dos países desenvolvidos poderão literalmente dar a sentença de morte aos povos da África”, disse Nnimmo Bassey, Presidente dos Amigos da Terra Internacional.
“Os países desenvolvidos deveriam liderar comprometendo-se com cortes de emissões urgentes, dramáticos e legalmente vinculantes, parar com a promoção de falsas e destrutivas soluções como os mercados de carbono, e pagar de volta a divida climática que devem aos países em desenvolvimento.Os países em desenvolvimento devem resistir a direção dada pelos Estados Unidos, Japão e outros, rumo a uma catástrofe climática, e a União Européia deve provar sua liderança, ou assumir responsabilidade por o que poderá ser um resultado catastrófico de Durban. O mundo já não pode esperar”, continuou.
“Milhões de pessoas em todo o mundo estão enfrentando os impactos da crise climática. Assim mesmo, muitos governos de países desenvolvidos, que teriam o dever de prevenir que a crise se agrave, estão agindo na completa impunidade. Pior do que isso, alguns estão usando as negociações climáticas para avançar sua agenda estreita movida pelo lucro das industrias poluidoras, corporações multinacionais e elites financeiras”, disse Sarah-Jayne Clifton, Coordenadora Internacional do Programa de Justiça Climática e Energia dos Amigos da Terra Internacional.
“Para lidar com as mudanças climáticas necessitamos uma transformação das nossas economias injustas e insustentáveis e da sua base em combustíveis fosseis, sujos e poluentes. Na África do Sul, foi o poder do povo que derrotou o apartheid. Mais uma vez, nossas comunidades devem se organizar, mobilizar e ajudar a construir não apenas uma nova África do Sul, mas um novo mundo, justo e sustentável, que coloque os interesses e as demandas das pessoas comuns e das comunidades em primeiro lugar”, disse Bobby Peek, diretor dos Amigos da Terra África do Sul / groundWork.
NOTAS
[1]A primeira fase de cortes de emissões acordada sob o Protocolo de Quito expira no final de 2012. Uma segunda fase deve ser acordada em Durban para evitar um vazio entre os dois períodos.
Canadá, Japão e Rússia estão determinados a não se comprometer com um segundo período de cortes de emissões dentro do Protocolo, a menos que todas as grandes economias – incluindo China e Estados Unidos – concordem com os mesmos termos legais.
Os Estados Unidos está renegando sua promessa de tomar reduções de emissões comparáveis e vinculantes. Ao contrario, esta pressionando pelo completo desmonte da arquitetura de metas legalmente vinculantes para a redução de emissões e pela sua substituição por um sistema de promessas voluntárias a serem revisadas onde os países decidiriam suas próprias reduções de emissões sob uma base nacional.
[2] De acordo com a UNEP, a soma das promessas voluntarias de redução de emissões apresentadas na ultima rodada de negociações (COP 16 em Cancun) colocaria o mundo no caminho de uma aquecimento global catastrófico de 5 graus centigrados, e ainda maior para o continente Africano.
CONTATOS EM DURBAN DURANTE A COP 17:
Sarah-Jayne Clifton, Coordenadora Internacional do Programa de Justiça Climática e Energia dos Amigos da Terra Internacional: +27 763 598 845, email: sarah.clifton@foe.co.uk
Bobby Peek, diretor dos Amigos da Terra África do Sul / groundWork: +27 824 641 383, email: bobby@groundwork.org.za
Nnimmo Bassey, Presidente dos Amigos da Terra Internacional: +27 716 392 542, email: nnimmo@eraction.org
Mídia Amigos da Terra Internacional: +27 791 097 223, email:media@foei.org
EM PORTUGUES:
Lucia Ortiz Amigos da Terra Brasil: +27 791 096067, email:lucia@amigosdaterrabrasil.org.br
Anabela Lemos, Amigos da Terra Moçambique/Justiça Ambiental, email: anabela@ja.org.mz
Maiores Informações
http://www.foei.org/es/what-we-do/justicia-climatica-y-energia
DURBAN, AFRICA DO SUL, 28 Novembro 2011 – Amigos da Terra Internacional tem expressado grande preocupação sobre a agenda dos Estados Unidos e outros países chamados desenvolvidos nas negociações sobre mudanças climáticas da ONU, que acontecem em Durban de 28 de novembro a 9 de dezembro.
A Federação global de organizações ambientalistas de base está chamando aos demais governos a fazerem com que estes países parem de minar a via legal acordada globalmente para a redução de emissões de gases de efeito estufa e a assegurarem metas efetivas e legalmente vinculantes de corte de emissões em linha com a ciência e a equidade.
A questão de maior divisão nas negociações é a segunda fase do Protocolo de Quioto. Enquanto as metas de redução de emissões na fase atual são extremamente fracas e cheias de escapes perigosos como a falsa solução dos mercados de carbono, o Protocolo em si consiste no único sistema legal para acomodar metas legalmente vinculantes para os países desenvolvidos reduzirem suas emissões.[1]
Alem de não agirem para aumentar e fortalecer as metas de redução de emissões e para cortar a falhas e mecanismos de compensação para dar lugar a ações reais sobre as emissões, Estados Unidos, Japão, Canadá e outros países desenvolvidos – aqueles historicamente responsáveis pelas emissões que estão mudando o clima – estão pressionando para acabar com a arquitetura legalmente vinculante acordada para a redução de emissões dos países desenvolvidos e substituí-la por um sistema de promessas voluntárias.
Isso coloca o mundo na esteira do aquecimento global catastrófico. Estes países industrializados estão escondendo sua agenda de morte em demandas por um outro mandato, para um acordo totalmente novo e vazio, e que entraria em efeito somente em 2020 [2
“Durban poderá ser o lugar onde o maior crime contra a humanidade será cometido. Os interesses cegos e gananciosos dos países desenvolvidos poderão literalmente dar a sentença de morte aos povos da África”, disse Nnimmo Bassey, Presidente dos Amigos da Terra Internacional.
“Os países desenvolvidos deveriam liderar comprometendo-se com cortes de emissões urgentes, dramáticos e legalmente vinculantes, parar com a promoção de falsas e destrutivas soluções como os mercados de carbono, e pagar de volta a divida climática que devem aos países em desenvolvimento.Os países em desenvolvimento devem resistir a direção dada pelos Estados Unidos, Japão e outros, rumo a uma catástrofe climática, e a União Européia deve provar sua liderança, ou assumir responsabilidade por o que poderá ser um resultado catastrófico de Durban. O mundo já não pode esperar”, continuou.
“Milhões de pessoas em todo o mundo estão enfrentando os impactos da crise climática. Assim mesmo, muitos governos de países desenvolvidos, que teriam o dever de prevenir que a crise se agrave, estão agindo na completa impunidade. Pior do que isso, alguns estão usando as negociações climáticas para avançar sua agenda estreita movida pelo lucro das industrias poluidoras, corporações multinacionais e elites financeiras”, disse Sarah-Jayne Clifton, Coordenadora Internacional do Programa de Justiça Climática e Energia dos Amigos da Terra Internacional.
“Para lidar com as mudanças climáticas necessitamos uma transformação das nossas economias injustas e insustentáveis e da sua base em combustíveis fosseis, sujos e poluentes. Na África do Sul, foi o poder do povo que derrotou o apartheid. Mais uma vez, nossas comunidades devem se organizar, mobilizar e ajudar a construir não apenas uma nova África do Sul, mas um novo mundo, justo e sustentável, que coloque os interesses e as demandas das pessoas comuns e das comunidades em primeiro lugar”, disse Bobby Peek, diretor dos Amigos da Terra África do Sul / groundWork.
NOTAS
[1]
Canadá, Japão e Rússia estão determinados a não se comprometer com um segundo período de cortes de emissões dentro do Protocolo, a menos que todas as grandes economias – incluindo China e Estados Unidos – concordem com os mesmos termos legais.
Os Estados Unidos está renegando sua promessa de tomar reduções de emissões comparáveis e vinculantes. Ao contrario, esta pressionando pelo completo desmonte da arquitetura de metas legalmente vinculantes para a redução de emissões e pela sua substituição por um sistema de promessas voluntárias a serem revisadas onde os países decidiriam suas próprias reduções de emissões sob uma base nacional.
[2] De acordo com a UNEP, a soma das promessas voluntarias de redução de emissões apresentadas na ultima rodada de negociações (COP 16 em Cancun) colocaria o mundo no caminho de uma aquecimento global catastrófico de 5 graus centigrados, e ainda maior para o continente Africano.
CONTATOS EM DURBAN DURANTE A COP 17:
Sarah-Jayne Clifton, Coordenadora Internacional do Programa de Justiça Climática e Energia dos Amigos da Terra Internacional: +27 763 598 845, email: sarah.clifton@foe.co.uk
Bobby Peek, diretor dos Amigos da Terra África do Sul / groundWork: +27 824 641 383, email: bobby@groundwork.org.za
Nnimmo Bassey, Presidente dos Amigos da Terra Internacional: +27 716 392 542, email: nnimmo@eraction.org
Mídia Amigos da Terra Internacional: +27 791 097 223, email:media@foei.org
EM PORTUGUES:
Lucia Ortiz Amigos da Terra Brasil: +27 791 096067, email:lucia@amigosdaterrabrasil.org.br
Anabela Lemos, Amigos da Terra Moçambique/Justiça Ambiental, email: anabela@ja.org.mz
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