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sábado, 13 de agosto de 2011

Economia na América Latina: em busca de algo mais do que uma saída


"É preciso encontrar os mecanismos para desmontar o andaime neoliberal", propõem os ministros de Economia e os chefes dos bancos centrais de 12 países da região, como meta dos encontros que iniciam hoje em Buenos Aires.
A reportagem é de Thomas Lukin, publicada no jornal Página/12, 11-08-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
As equipes econômicas dos países da Unasul se reúnem hoje e amanhã em Buenos Aires. Os ministros de Economia e os banqueiros centrais da região buscam avançar na coordenação de medidas para enfrentar a crise financeira internacional e se diferenciar da abordagem recessiva promovida pelos países centrais.
O encontro, em que a turbulência global voltará a estar no eixo das análises, concluirá com o ato constitutivo do Conselho Sul-Americano de Economia e Finanças. Além de fortalecer e relegitimar a independência econômica dos membros do bloco, o grupo de trabalho analisa impulsionar diversas ferramentas concretas no plano financeiro que permitam responder de forma conjunta a possíveis ataques especulativos contra as moedas da região e outras políticas destinadas a aprofundar os processos de integração.
O turbulento cenário internacional e a vontade política dos presidentes da Unasul prepararam o terreno para o trabalho conjunto para além das diferenças na orientação da política econômica que existem entre os diversos países. A agenda do convite foi elaborada na reunião extraordinária de ministros de Economia da Unasul, em Lima, na sexta-feira passada. Nesse convite, os funcionários participaram do debate, iniciado pelos mandatários sobre a crise financeira, e amanhã irão apresentar as conclusões de suas deliberações em um documento conjunto.
Os eixos das discussões, indicou o Ministério de Economia aoPágina/12, estão postos em quatro aspectos: a promoção da integração produtiva regional, a administração coordenada das reservas internacionais dos bancos centrais, a regulação dos movimentos de capitais especulativos de curto prazo – medidas macroprudenciais – e o financiamento dos processos de integração regional.
A inclusão dos banqueiros centrais no encontro não só enriquece os debates, mas também possui um forte significado simbólico: "A política monetária e a fiscal não são independentes nem autônomas. Para enfrentar os golpes de uma crise como a atual, são necessários a coordenação e o trabalho conjunto entre o governo e os bancos centrais. É relevante que eles participem para começar a desmontar o fracassado andaime neoliberal", assinalou, entusiasmado, um funcionário que participa do Grupo de Trabalho de Integração Financeira.
- Integração produtiva e comercial: Os fluxos comerciais entre os países da Unasul cresceram entre 2003 e 2008, antes da eclosão da crise, mas ainda estão abaixo dos parâmetros alcançados no final dos anos 1990. Segundo a Cepal, 20,5% das exportações da Unasul são intrarregionais, um nível inferior aos 28% observados em 1998. O lugar do fornecedor de matérias-primas e de insumos manufaturados de baixo valor agregado que a região ocupa nas cadeias globais de valor das empresas multinacionais representa um dos principais desafios na matéria. A Unasul pretende difundir os incipientes mecanismos de uso de moedas locais nas transações comerciais e criar fornecedores locais que permitam reduzir a exposição da região às oscilações do dólar.
- Coordenar o uso de reservas: Ao longo dos últimos anos, a região acumulou, segundo assinalou a presidenta do BrasilDilma Rousseff, mais de 700 bilhões de dólares em reservas. A perna econômica da Unasul pretende firmar convênios multilaterais que criem um pool com uma porção desses ativos para responder a possíveis ataques especulativos que os países da região experimentem. As economias do sudeste asiático contam com um mecanismo semelhante e, na região, existe um relegado Fundo Latino-Americano de Reservas, do qual são membros vários países do bloco, embora a Argentina e o Brasilnão participem. A constituição de um fundo de reserva da Unasul faz parte de um processo de mais longo prazo, em que também figura a capitalização do postergado Banco do Sul.
- Financiamento para o desenvolvimento: Para impulsionar a integração produtiva e a infraestrutura regional, são necessárias maiores fontes de financiamento. Em março, decidiu-se que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) duplicaria seus fundos emprestáveis. A medida, que foi aprovada por todos os países membros, ainda não se materializou. Por isso, na Unasul, analisam fortalecer a Corporação Andina de Fomento (CAF), um órgão do qual os países da região são acionistas, que financia obras de infraestrutura na América Latina.
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