Em pratos limpos
RIO – Agricultores americanos começaram a plantar a primeira cultura de milho geneticamente modificado para produzir mais etanol dentro da política dos EUA de aumentar o uso da bioenergia no país, informou o jornal britânico “Guardian”. O plantio, no entanto, já começa a gerar é polêmica, com organizações não-governamentais alertando que a nova planta pode piorar uma crise alimentar global que ganhou evidência com a fome na Somália ao desviar ainda mais milho para a produção de energia.
A indústria alimentícia também manifestou desagrado, já que o milho modificado, embora não seja totalmente intragável, não serve para fabricar a maioria dos produtos alimentares que normalmente usam milho em sua fórmula. Além disso, fazendeiros que plantam milho para consumo humano estão preocupados com a possível contaminação de suas lavouras.
O milho desenvolvido pela empresa suíça de pesticidas Syngenta contém um gene a mais para a produção de uma enzima, a amilase, que acelera a quebra de seus aminoácidos em etanol. As usinas de álcool geralmente têm que adicionar a enzima ao milho para fabricar o etanol.
Batizado Enogen, o milho modificado está sendo plantado comercialmente pela primeira vez em cerca de 5 mil acres de terra nos limites do chamado “cinturão do milho americano” no estado de Kansas após aprovação pelo Departamento de Agricultura dos EUA em fevereiro último. Em seu material promocional, a Syngenta afirma que ele permite aos fazendeiros produzir mais etanol com menor uso de energia e água.
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