O que era para Zero Hora informar, mas não informa
Quem lê essa matéria de Zero Hora (edição de hoje, página 18) pode supor que as coisas - como o desenvolvimento de uma região antes estagnada por décadas - se modificam pela capacidade empreendedora de abnegados homens de visão e intrepidez capitalista. Mas não é nada disso. Esses investidores estão sendo induzidos pelo Estado brasileiro, esse ente tão aviltado e desprezado pelas cartilhas do fanatismo neoliberal. Não há sequer risco, um dos elementos constitutivos fundantes do capitalismo. O recurso já está provisionado, basta que eles entreguem as mercadorias encomendadas pelo Estado.
Uma empresa estatal, a Petrobras, está disponibilizando cerca de 1,5 bilhão de dólares para a compra de plataformas, navios e demais equipamentos de exploração petrolífera. Como informa ZH, um consórcio de investidores está se habilitando a fornecer à Petrobras o rol de compras. Este é o papel do Estado, para além da visão estreita e sectária dos novos ultraliberais. Mas essa mecânica interna, vamos dizer assim, da decisão política estratégica (e histórica) do governo federal não é revelada pela matéria de ZH.
É melhor deixar que o leitor fique pensando que a Metade Sul do estado está se desenvolvendo pela capacidade empreendedora dos seus fazendeiros, ou das papeleiras, ou ainda do governicho de dona Yeda. Para quê contar a verdade dos fatos e seus meandros secundários? Por quê esclarecer e informar tudo ao leitorado? Bobagem! - cacarejam os editores de ZH.
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