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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dívidas climáticas

Entrevista con el coordinador del Programa de Justicia Económica de Amigos de la Tierra Internacional


A falta de vontade dos países industrializados para cumprir com seus compromissos de redução de emissões contaminantes e de financiamento climático suficiente e adequado preocupa principalmente os movimentos sociais presentes na COP 16 do clima em Cancún, México.
Esses Estados “estão enganando ao mundo inteiro dizendo que estão dando dinheiro para que o Sul global se adapte à mudança climática e é mentira”, disse o coordenador do Programa de Justiça Econômica da Amigos da Terra Internacional, Sebastián Valdomir, em diálogo com Rádio Mundo Real.
No domingo foram realizadas as primeiras atividades da “Cúpula Sul – Sul sobre justiça climática e financiamento para o clima”, nos marcos das atividades paralelas à conferência das Nações Unidas em Cancun. No dia 3 de dezembro serão restabelecidos os debates entre os movimentos sociais latino-americanos, africanos e asiáticos.
Sebastian esteve participando dessa cúpula organizada por Jubileu Sul, a Aliança Pan Africana de Justiça Climática e Amigos da Terra da América Latina e Caribe. Sobre este encontro, o ativista considerou positivo o fato de que o principal ponto de contato entre os movimentos das diversas regiões está em que “os países e povos do Sul global são credores de uma dívida ecológica, climática, histórica, contraída pelos países enriquecidos do Norte”.
“Eles são os que causaram a crise climática e sistêmica global que sofremos neste momento, e os povos do Sul têm a necessidade de se articular para exigir o pagamento desta dívida”.
O integrante da Amigos da Terra disse ainda : “Nos reconhecemos como povos credores (dessa dívida), empobrecidos pelas políticas neoliberais, de capital, de livre mercado, e estamos em resistência como atores centrais para conduzir rumo à justiça climática”. Indica que antes de mais nada é necessário que os países industrializados reduzam suas emissões de gases de efeito estufa.
O ambientalista indicou Banco Mundial, os “mal chamados bancos de desenvolvimento” da África, Ásia e América Latina, a banca privada transnacional e as grandes corporações também transnacionais, além dos países industrializados, como “os atores principais da crise climática”. “Eles não podem ter nada que ver com as soluções reais, o Banco Mundial não pode ter nenhum papel no financiamento climático e o mesmo com as empresas transnacionais”, considerou. “Esses atores só fornecem falsas soluções com os agrocombustíveis, os transgênicos, as plantios em grande escala, as mega-barragens, os projetos REDD (mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação das Florestas nos países em desenvolvimento)”, esclareceu depois.
Para Valdomir as soluções reais à crise do clima têm a ver com que os países do Norte assumam suas responsabilidades. Destacou especialmente o que tem a ver com o financiamento climático. “Os países ricos se comprometeram sob a Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática para proporcionar o financiamento adequado, suficiente e necessário para que os países em desenvolvimento possam enfrentar os impactos”. “Têm que cumprir”, disse.
O ativista lamentou que os Estados industrializados “estejam maquiando os fundos oficiais de ajuda ao desenvolvimento como financiamiento climático”, quando o dinheiro para adaptação e mitigação da mudança climática deve ser adicional, indicou.
O coordenador do Programa de Justiça Econômica e Resistência ao Neoliberalismo da Amigos da Terra Internacional pediu aos países ricos para que cumprir com seus compromissos sob a Convenção do Clima, especialmente no diz respeito à redução de emissões e financiamento. “Não há mais tempo, não há mais possibilidades de continuar adiante a questão para África do Sul em 2011 ou Seul em 2012 (próximas conferências das Nações Unidas sobre Mudança Climática)”, afirmou. “Esta crise está causando estragos agora, nossos povos já são expulsos, tiveram que deixar suas terras, seus mangues, suas costas, e tiveram que deixar de produzir alimentos pelos impactos da mudança climático”. E terminou: “então não há mais tempo, a necessidade é assumir um compromisso já, aqui mesmo, nesta COP 16 de Cancún”.

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