Quatrocentas famílias sem terra ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocuparam na madrugada desta segunda-feira (21) a Fazenda Palermo, na cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul. Os sem terra exigem que o governo estadual finalize a desapropriação da área para o assentamento de 54 famílias acampadas. Também reivindicam que os governos federal e estadual assentem todas as 1 mil famílias sem terra acampadas hoje no estado.
Em 2008, durante a marcha do MST à Fazenda Guerra (Norte gaúcho), o governo federal assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) em que se comprometia a assentar todas as famílias sem terra acampadas no RS. Até hoje, isso não aconteceu. O MST quer que o governo cumpra com o TAC. A reforma agrária é a saída para o atraso do latifúndio na região de São Borja. Onde hoje só existem alguns animais e poucas pessoas, podem viver 54 famílias produzindo alimento saudável, gerando emprego e movimentando o comércio local.
Desapropriação da Fazenda Palermo está parada desde Governo Olívio
A desapropriação da Fazenda Palermo já está encaminhada mas, para que a Justiça emita a posse da fazenda ao governo do RS, é preciso que ainda seja pago um valor ao proprietário da terra. O impasse em relação à área existe desde o governo Olívio, quando foi iniciada a desapropriação. Até agora, passados dez anos, ainda não foi resolvido. Somente depois de ter a posse da terra é que o governo do RS poderá assentar as famílias na área.
Hoje, 1 mil famílias ainda vivem em beira de estrada embaixo da lona preta no Rio Grande do Sul. Muitas, estão acampadas há 9 anos. Desde a desapropriação de parte da Fazenda Southall em São Gabriel (Fronteira Oeste), em 2008, nenhuma família sem terra é assentada no estado.
A reforma agrária tem sido deixada de lado pelo governo federal, que prioriza o agronegócio. O Governo Lula assentou menos famílias sem terra que o de Fernando Henrique Cardoso e, até o momento, a presidente Dilma Rousseff não apresentou plano de reforma agrária. Milhões de reais são destinados, pelo governo federal, para salvar as empresas da crise e anistiar as dívidas dos latifundiários, mas não há recurso para a reforma agrária, que gera emprego no campo e produz alimentos para a população do país.
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