"un pedacito del planeta que no pudieron no!"

Um cantinho do Brasil, orgulhosamente no Pampa Gaúcho, que quer fazer a diferença,
enxergando e discutindo problemas globais e discutindo e realizando soluções locais .

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Grandes projetos minerais deixam rastro de destruição

Pobreza, destruição da natureza e inchaço de população nas cidades são intrínsecas aos empreendimentos de mineração
Marcio Zonta
de Marabá (PA)

Um estudo realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp) e Movimento Debate e Ação (MDA) mostra a nocividade de projetos de mineração, como o da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), para o meio ambiente e para a sociedade.

Raimundo Gomes, uns dos coordenadores do estudo, diz que o desmatamento em grande escala é inevitável. “A floresta é derrubada na área da jazida onde vai ser retirado o minério”, introduz. No entanto, a degradação na natureza se acentua, pois, “mais áreas são desmatadas no entorno para a construção de alojamentos, estradas, linhas de transmissão de energia e pátios de depósitos de minério”.

Segundo o estudo, a poluição é outro agravante. “O ar, a água e o solo são contaminados pelo uso de tóxicos e substâncias utilizada no processo de extração e transformação do minério”, afirma o estudo. Para completar, Gomes alerta que, “como o minério é retirado do subsolo, as áreas são transformadas em enormes crateras, provocando danos ambientais irreparáveis”.


Social
No âmbito social,Gomes diz que os impactos desses empreendimentos contribuem para a desestruturação sócio-econômica. “Com a expectativa da oportunidade de emprego e renda ocorre um grande fluxo migratório, mas, como essas oportunidades são muito limitadas, os que chegam se somam àqueles que já estão desempregados, formando um grande exército reserva de mão-de-obra pronto para ser explorado por outras empresas da região”, explica.

A perda de território também é outro agravante. “Os projetos de mineração vêm de fora para dentro, ou seja, eles chegam sem que os trabalhadores rurais, ribeirinhos e índios tenham condições de optar, sendo na maioria das vezes expulsos de suas terras”, relata Gomes.

Por fim, o aumento das desigualdades. Conforme denuncia o estudo, os projetos minerais geram um pequeno grupo beneficiado de políticos, empresários e comerciantes, muito deles de fora da região. “Em contrapartida, o que se vê é o equivoco e as contradições desses grandes empreendimentos minerais, que saqueiam nossa riqueza e em troca deixa a miséria e a pobreza”, lamenta Gomes.

Um comentário:

  1. Oi amigo, aqui emSC estamos conseguindo conter uma desgraça dessa ai, na cidadezinha de Anitápolis:

    Wagner da Silva
    Anitápolis

    Representantes de entidades de oito municípios da região integraram a caravana contra o projeto da Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC). O movimento pacífico, organizado pela Comissão Pastoral da Terra da diocese de Tubarão e a ONG Montanha Viva, teve como objetivo alertar a população quanto aos perigos da instalação da mineradora em Anitápolis.

    O grupo partiu de Laguna e passou também por Tubarão, Gravatal, Braço do Norte, Rio Fortuna e Santa Rosa de Lima. Em todas estas cidades foi feito um ato público para chamar a atenção da população. O destino final foi a comunidade de São Paulo dos Pinheiros, no interior da cidade serrana, local onde poderá ser implantada a IFC.
    “É possível ver a barragem do empreendimento de nossas casas. É assustador. Estamos nesta luta sozinhos. É preciso que mais cidade levantem esta bandeira conosco”, pediu Rosane Bach, moradora de São Paulo dos Pinheiros.

    Ainda que seja um trabalho árduo, o padre Aloizio Heidemann enfatiza que as pessoas estão mais conscientes sobre os perigos da empreendimento sobre o meio ambiente e à saúde pública. “Nada justifica o lucro deste empreendimento se isso custar nossas vidas. A ambição não pode estar acima da vida”, advertiu.

    Membros da CooperLagunar e da União dos Pescadores do Litoral de Santa Catarina também acompanharam a manifestação e alertaram para os riscos que a exploração de fosfato pode trazer para a pesca, uma das atividades mais antigas da região do Complexo Lagunar.

    | Na agenda
    A próxima ação do grupo está marcada para 21 de setembro, Dia da Árvore, em Santa Rosa de Lima.

    Na justiça
    Uma ação na proposta junto a justiça federal no dia 5 de junho do ano passado, movida pela Ong Montanha Viva, culminou na suspensão dos trabalhos para a instalação da Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC) na comunidade de São Paulo dos Pinheiros, em Anitápolis.

    A liminar foi concedida pela juíza da vara ambiental da justiça federal, Marjorie Cristina Freiberger Ribeiro da Silva e tornou sem efeito a Licença Ambiental Prévia (LAP), emitida pela Fatma à IFC.

    Desde setembro do ano passado, a IFC, o governo do estado, a prefeitura de Anitápolis e a Fatma travam uma batalha na justiça federal e no Tribunal Regional Federal, em Porto Alegre, para derrubar esta liminar.

    Porém, os 15 recursos interpostas pelo grupo até agora foram negados. Hoje, as prefeituras de Rancho Queimado, Rio Fortuna, Braço do Norte, Laguna e São Ludgero, além da Pastoral da Terra, subescrevem a ação movida pela ONG Montanha Viva. Na última semana, a Defensoria Pública da União ajuizou uma nova ação civil pública contra a IFC, Ibama, Fatma, União, governo do estado e prefeitura de Anitápolis.

    O projeto
    A Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC) pleiteia a exploração de uma mina de fosfato, durante 33 anos, em uma área de 360 hectares em meio a um bioma da Mata Atlântica, às margens do Rio dos Pinheiros, em Anitápolis. O manancial é parte da bacia hidrográfica do Rio Braço do Norte e, consequentemente, impacta sobre a bacia hidrográfica do Rio Tubarão e do complexo lagunar. O projeto Anitápolis é levado a frente pelas multinacionais Vale e Yara.

    ResponderExcluir

O que você pensou sobre isto?
Mande sua opinião!