América Latina marchou unida em IV Fórum Social
Assunção, 12 ago (Prensa Latina) América Latina marchou compacta, unida, como um só bloco de forças sociais para demonstrar que outro mundo é possível, ao ficar inaugurado em Assunção o IV Fórum Social das Américas (FSA).
Mais de 10 mil pessoas de todas as etnias e cores desfilaram pelas ruas de Assunção com cartazes, faixas, bandeiras, balões, trajes típicos e um sem-fim de iniciativas em clara expressão da pluralidade de nosso continente.
O desfile iniciou-se com um tributo das mulheres indígenas Bartolinas à Pachamama, para pedir permissão de maneira simbólica à Mãe Terra e realizar a caminhada.
A alegria, o canto e coros de homens e mulheres impregnaram colorido à marcha, um espetáculo de tanta participação e pela primeira vez visto neste país.
Exclamações de "abaixo as bases militares na Colômbia", e contra a guerra, ouviram-se durante o trajeto, enquanto outras vozes clamavam pela diversidade cultural e a certeza de que outra América é possível.
Cerca de cinco quilômetros caminharam os participantes desde o Conselho Nacional de Desportos até o Centro Cultural El Cabildo, onde ocorreu o ato de abertura com um velada político-cultural.
O Prêmio Nobel da Paz Rigoberta Menchú, ao intervir, chamou a preservar o processo paraguaio e "a ter cuidado com os conspiradores".
No Paraguai há um processo de mudança que antes não tinha, assinalou.
O programa do IV FSA compreende para esta quinta-feira encontros de debate e reflexão e a criação de um comitê da Rede de Redes em Defesa da Humanidade, que integrarão intelectuais, artistas, profissionais, políticos, camponeses e indígenas.
Compreende também o painel América Latina frente à crise global: ameaças e alternativas, e soberania alimentar, lutas pelo território e reforma agrária, entre outros.
Importante será também a proposta da Aliança Social Continental com o tema mudança climática "Para Cancún e para além": Estratégias dos movimentos sociais na luta frente à mudança climática após Cochabamba.
Nos quatro dias de debate e reflexão serão desenvolvidos 10 painéis centrais e mais de 350 atividades autogestionadas.
Ao fórum de Assunção de cinco dias coincidem diversos movimentos sociais e populares, coletivos, plataformas e organizações do continente e de outras partes do planeta.
Este evento, que se celebra a cada dois anos, se constituiu em um dos principais espaços para a construção de uma nova agenda global e cidadã, com a certeza de que outro mundo é possível e necessário. Com seus antecedentes em Quito 2004 (Equador), Caracas 2006 (Venezuela) e Cidade da Guatemala 2008 (Guatemala), o IV FSA chega ao Paraguai para fortalecer o intercâmbio de experiências, lutas, alternativas e do pensamento próprio que avançam hoje no que denominou José Martí "Nossa América".
Fotos: Coletivo Cartase
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