DEUTSCHE WELLE
De acordo com as investigações realizadas até o momento, a origem da contaminação de animais e alimentos na Alemanha com a substância cancerígena dioxina está no estabelecimento Harles und Jentsch, localizado no estado de Schleswig-Holstein.
A empresa, segundo consta, adicionou graxas industriais à ração animal, fornecendo posteriormente o produto a milhares de propriedades rurais do país. No entanto, via de regra, os óleos industriais tampouco contêm dioxina. A ministra alemã da Agricultura, Ilse Aigner, sublinha que a procedência da substância tóxica continua, portanto, em aberto. Especialistas analisam o caso com afinco, em busca de um esclarecimento rápido.
Fungicida: explicação ou mera especulação?
A organização de defesa do consumidor Foodwatch declarou dispor de evidências de que a dioxina nas rações seria oriunda do fungicida pentaclorofenol (PCP).
Aigner, no entanto, descartou a afirmativa como mera especulação, da mesma forma que o Departamento Estadual da Baixa Saxônia para Defesa do Consumidor. A constatação da Foodwatch tampouco foi confirmada pelos engenheiros químicos alimentares do governo. A fabricação do PCP está proibida na Alemanha desde 1986, e seu emprego, desde 1989.
O secretário de Defesa do Consumidor do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Johannes Remmel, reagiu com reservas à ideia de uma indenização para os agricultores cujas propriedades foram atingidas pelo escândalo. Em primeira linha, estes devem se dirigir diretamente aos fabricantes de ração animal, declarou o político do Partido Verde à emissora ZDF.
A Secretaria da Agricultura da Baixa Saxônia manifestou-se de forma semelhante, argumentando que o incidente não coloca em perigo a subsistência da maioria das propriedades rurais em questão.
A organização ambiental Greenpeace classificou a fiscalização alimentar na Alemanha como deficitária, pois o autocontrole por parte dos próprios estabelecimentos comerciais não é suficiente. Os ambientalistas instaram a ministra Aigner, a agir.
Comissão Europeia contra proibir importações
O governo alemão irá se reunir em caráter extraordinário para debater o escândalo e definir regras mais rígidas de controle alimentar no país. "Este caso precisa ter e terá suas consequências", disse Aigner em Berlim, após se reunir com representantes do setor.
A Comissão da UE classificou como exagerada a reação de determinados países importadores, ao proibir a entrada de carne e ovos provenientes da Alemanha. Segundo porta-voz do comissário de Defesa do Consumidor John Dalli, apesar da contaminação por dioxina, os produtos não representam perigo imediato à saúde dos consumidores. A Coreia do Sul e a Eslováquia fecharam seus mercados para os produtos da Alemanha potencialmente contaminados.
Polícia investiga dependências da firma Harles und Jentsch
"Os danos são enormes", comentou Aigner, salientando que os prejuízos não são apenas de ordem financeira, mas também a perda da confiança do consumidor. "Não há razão de pânico, mas também não podemos minimizar o problema", acentuou a ministra.
Segundo informações do Ministério alemão da Agricultura, 1.635 estabelecimentos agrícolas estão fechados temporariamente; recentemente o total dos interditados chegou a 5 mil. De acordo com representantes do Ministério da Agricultura, ainda é cedo demais para suspender o estado de alerta.
SV/dpa/rtr
Revisão: Augusto Valente
Revisão: Augusto Valente
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