Os participantes do “Primeiro Encontro de Médicos dos Povos Fumigados”, que reuniu mais de 160 participantes de diversos estados entre 27 e 28 de agosto na Faculdade de Medicina da Universidade Nacional de Córdoba (UNC), na Argentina, pedem à presidenta do país que “proteja a saúde e a vida dos povos fumigados por agrotóxicos”.
A declaração final do encontro solicita ainda à presidenta e aos ministros da Saúde e do Interior que se proíbam imediatamente as pulverizações aéreas de agrotóxicos em todo o território da Argentina, assim como já foi estabelecido na União Europeia, e que se restrinjam as fumigações terrestres, distanciando-as das zonas urbanas e dos povoados.
A carta pede ainda ao Congresso Nacional que trate de aprovar leis que determinem estas proibições, e que também passem a considerar as fumigações ilegais delitos que atentam contra a saúde e o meio ambiente.
Segundo os participantes de encontro, “além de parar de fumigar, é preciso proibir a utilização por qualquer meio de agrotóxicos de classes toxicológicas I e II, bem como colocar em questão o atual modelo de produção agroindustrial e transgênico, buscando sistemas que permitam a integração social e cultural e a defesa e reprodução das condições ecológicas do nosso meio ambiente”.
Os participantes do encontro aprovaram ainda uma carta abertas às entidades agropecuárias, exortando-as a “parar de fumigar”. Nesta carta, denunciam que “os cânceres e outras doenças graves são detectadas com mais frequência agora. Da mesma maneira que os abortos espontâneos, transtornos de fertilidade e nascimento de bebês com malformações congênitas têm apresentado índices muito elevados (…). os transtornos respiratórios, endócrinos, hematológicos, neurológicos e psíquicos são, também agora, muito mais frequentes em populações sistematicamente fumigadas. Fumigadas porque compartilham o mesmo espaço geográfico com os cultivos agroindustriais e transgênicos que os senhores exploram”.
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