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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Lobby da indústria modifica relatório do governo inglês sobre segurança alimentar

Troca de emails revela influência de associação de empresas para inlcuir no texto promoção dos transgênicos como a forma mais efetiva de se garantir o abastecimento alimentar
Em protesto, dois integrantes desligaram-se da Agência de Alimentos do Reino Unido
A pressão pela inclusão de argumentos em defesa escancarada dos transgênicos foi revelada após o desligamento de dois conselheiros da Food Standards Agency (FSA), que criticaram a estreita relação entre o órgão do governo inglês e a entidade de lobby Agricultural Biotechnology Council (ABC), que inclui entre seus associados Monsanto, Bayer e outras.
Emails trocados entre as duas entidades mostram que a ABC inseriu frases chaves na versão final do relatório reforçando a defesa dos transgênicos. O relatório “FSA trabalha em mudanças no mercado e na regulação de transgênicos” avalia como os produtos transgênicos estão entrando no Reino Unido por meio das rações animais, já que lá o cultivo das sementes modificadas é proibido. O relatório reconhece que o preço dos alimentos poderia subir caso os transgênicos continuem vetados.
A troca de emails ocorreu entre 2008 e agosto de 2009, data de publicação do relatório. Nesse período a FSA tinha à frente Clair Baynton, ex-funcionário da Syngenta.
Em 19 de novembro de 2008, Baynton enviou ao ABC um versão preliminar do relatório dizendo que “Estou satisfeito em poder discutir … caso possa ajudar”. Em resposta, o Conselho sugeriu uma série de mudanças enfatizando como os produtos transgênicos estão desempenhando um papel cada vez mais importante na agricultura mundial e ajudando a baratear os alimentos. Algumas das sugestões foram aceitas pela FSA, outras não.
Uma das mudanças aceitas reconhece o argumento das empresas de que a comida transgênica é inevitável na União Europeia já que ela está por toda a parte: “comerciantes estão preocupados de não mais poder manter sua condição de livre de transgênicos uma vez que os produtores cada vez mais adotam a tecnologia dos transgênicos ao redor do mundo”.
Helen Wallace e Brian Wynne, do Genewatch UK, entregaram seus postos na Agência afirmando que esta adotara atitude dogmática na defesa dos transgênicos.
Um porta voz da FSA informou que a Agência organizou uma série de debates com diferentes atores durante o processo de elaboração relatório e que essas consultas não envolveram a indústria. Contudo, buscando um relatório equilibrado, a FSA também consultou o ABC. Helen Wallace critica o procedimento, alegando que todos os debates foram transparentes e as mudanças foram todas feitas na presença de todos. Segundo ela, as alterações a pedido das empresas ocorreram nos bastidores. “O relatório não representa a vasta maioria dos produtores que terão que pagar caro caso suas sementes ou cultivos sejam contaminados”.
Com informações de:
Jamie Doward | The Observer, 6 de junho de 2010.

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