Os agrotóxicos de uso agrícola e doméstico são responsáveis por mais de 50% das mortes causadas por intoxicação na Região Sul do Brasil. Um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz revelou que no ano de 2008, somente no estado, 20 óbitos ocorreram nessas condições. A presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do estado (Consea/RS), Regina Miranda, alerta para a queda na qualidade nutricional dos alimentos.
“Em alimentos produzidos com agrotóxicos, a disponibilidade dos micronutrientes, que são fundamentais para a saúde, para o equilíbrio e regulação do organismo, são diminuídos. Mais do que isso, eles têm um efeito residual sobre o organismo. O organismo não é capaz de se livrar, se limpar, dos resíduos desses agrotóxicos. E eles causam doenças dos mais variados tipos.”
Inúmeras pesquisas já demonstraram que os danos na saúde vão desde alergias respiratórias, que se transformam em doenças crônicas, até o desenvolvimento de câncer, má formação de fetos e diminuição da fertilidade. Regina cobra políticas de Estado mais eficientes para que ocorra uma redução nos riscos de contaminação por substâncias tóxicas.
“Existe uma confusão em tudo isso. Pouca capacidade do Estado de acompanhar, regular, capacitar os agricultores para o uso. Quem usa agrotóxico, não consegue utilizar os equipamentos sempre. Então, ele contamina o trabalhador da indústria que fabrica, contamina o agricultor que utiliza no solo e as pessoas que bebem água contaminada e come os alimentos com agrotóxicos.”
Nesta quarta-feira (13), o Ministério Público do Estado, em parceria com o Consea/RS, realizou uma audiência pública com o tema. “O uso irregular de agrotóxicos no Rio Grande do Sul.” Foram discutidas maneiras de pressionar o estado para garantir a produção de alimentos seguros.
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo.
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