Cerca de 700 pequenos agricultores do MST iniciaram nesta manhã no trevo de acesso à Hulha Negra, na BR 293, uma luta onde na pauta principal estão as ações do Governo do Estado frente à seca que atinge a metade sul do RS desde outubro do ano passado.
Hoje já são 14 municípios em situação de emergência na região em função da estiagem.
No dia 29 de janeiro deste ano, o Governo do Estado esteve em Piratini com todo 1º escalão do Executivo, nesta data foram anunciados projetos para região por praticamente todas as secretarias.
A Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo realizou reunião para tratar especificamente das ações emergenciais e pautar ações concretas para amenizar e sanar os problemas com a estiagem. Conduzida pelo Secretário Ivar Pavan, a reunião foi em clima de otimismo. Depois de 8 anos de abandono pelo Governo anterior a pauta emergencial levantada pelo MST foi verbalmente atendida, mesmo que o representante do Governo tenha cuidadosamente ignorado durante toda sua fala a presença de todos os dirigentes do MST da região sul. Em relação a água potável, o Governo naquele dia colocou as máquinas perfuratrizes do DCM a trabalhar nos locais sem água. A Defesa Civil continua atendendo as famílias com a distribuição de cestas básicas com 28kg de alimento/mês, a distribuição de caixas d'água e filtros de barro acontecem, mesmo que lentamente. Desta reunião saiu também o anúncio da compra do trigo da CONAB pelo MDA para destinar à alimentação animal, com um prazo de 4 dias para cada município fazer a reunião com o Conselho de Agricultura Municipal, criar sua forma de trabalho, realizar o levantamento da demanda através da EMATER ( desconsiderando o sucateamento e desgaste deste órgão pelo Governo anterior), enviar a demanda ao Governo do Estado, receber o encaminhamento de onde buscar o trigo (em que silo no norte do estado) e levantar recurso financeiro para pagar o frete.
Daí começaram os problemas. Em relação a água o Governo deixou para as prefeituras realizarem a implantação da distribuição da água nos poços artesianos (sendo que o próprio Secretário Ivar falou na reunião que quando assumiu, seu antecessor já lhe disse que 60% dos poços furados pelo DCM não estavam com rede de distribuição, ou seja não estão sendo utilizados) e ficou para as prefeituras também o frete para buscar o trigo que foi comprado pelo Governo Federal. Ou seja, mesmo sabendo que o problema da água é a distribuição o Governo do Estado não tomou nenhuma atitude quanto a isso, e em relação ao trigo o Estado mediou a conversa, digamos assim, o Governo Federal comprou e os Governos Municipais tem que pagar o frete.
Ou seja, as coisas não estão acontecendo!!
Por isso o MST está em luta!!
Pelo cumprimento integral das ações já anunciadas para região da estiagem;
Água potável para todos;
Programa de irrigação para todos pequenos agricultores;
2 salários mínimos por família da região atingida pela estiagem pelo período de 6 meses;
Renegociação das dívidas com o Governo Federal dos pequenos agricultores assentados.
Hulha Negra, 22 de fevereiro de 2011
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